Capítulo 14

—Mastigue essas ervas Cauda de Cinzas, elas tem gosto ruim mas irão aliviar a dor. 

Cauda de Cinzas gemia de dor enquanto se contorcia no chão arenoso do berçário. Pata de Margarida e Pata de Açafrão assistiam ao parto de Cauda de Cinzas na entrada do berçário ajudando Nariz de Salgueiro com as ervas.

—Muito bem, agora respire e tente manter a calma. Vou lhe dar uma erva para coagular o sangue, mastigue-a bem.

Nariz de Salgueiro prosseguiu com a operação, ordenou que as aprendizes lambessem os dois filhotes para estimular a circulação sanguínea, enquanto ele tratava do sangramento da mãe. Os espasmos que antes lhe percorriam o corpo agora se tornaram apenas leves contrações.

Filhote de Fogo aproximou-se de Cauda de Cinzas e seus filhotes, curiosa para ver os novos companheiros de berçário.

Ao lado da rainha cinzenta jaziam dois pequenos tufos de pêlo cinzentos. Um branco com manchas cinza-claro e olhos azuis gelo e outro com tons de cinza mais escuros e olhos cor de âmbar.

—Que nome dará a eles?—Perguntou a filhote alaranjada.

—Filhote de Fogo! Não seja intrometida, Cauda de Cinzas ainda está cansada por causa do parto.

—Não se preocupe Asa de Mariposa, estou bem. Pensei em chamá-los de Filhote de Gelo e Filhote de Âmbar.

—Belos nomes!—Filhote de Sol apareceu de súbito ao lado da irmã.

Ela se aproximou ainda mais dos filhotes para vê-los melhor.

Ela olhou para Filhote de Gelo e fitou seus grandes olhos azuis.